O ensino do BIM nas universidades brasileiras

O uso do BIM em projetos e canteiros de obra pelo país já é uma realidade. Entretanto, em comparação a outros países, ainda é muito pequena essa participação. Segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas, o uso da modelagem BIM no Brasil é inferior, pelo menos, em quatro vezes, se comparado a países como Estados Unidos e Inglaterra.

Essa defasagem é uma luta que diversos setores da construção civil enfrentam constantemente. Boa parte desse esforço pode ser reduzido, se uma política clara de implantação do ensino de BIM nas universidades for idealizada e implementada.

Para isso, várias discussões e artigos acadêmicos têm sido feitos, tentando chegar a um modelo de ensino que supere as dificuldades técnicas, e coloque o Brasil no caminho do desenvolvimento acadêmico com modelagem BIM.

O impasse da capacitação

O principal problema enfrentado pelas universidades é a falta de profissionais capacitados para ensinar o uso adequado do BIM.

Embora já não seja nenhuma novidade, ainda são poucos os profissionais de ensino que dominam, efetivamente, essa ferramenta. Muitos são reticentes quanto ao uso de novas tecnologias, preferindo fazer tudo à moda antiga”.

Como não têm a prática de uso no dia a dia, falta argumento e experiência para suprir a curiosidade e as necessidades dos alunos. Apenas o conhecimento teórico não é suficiente para resolver todas as questões.

Um outro problema pontual é a necessidade da ferramenta ser utilizada em conjunto, criando uma rede de saberes. A modelagem BIM é multidisciplinar, não se fecha em um só saber. 

Isso faz com que os professores precisem trabalhar em conjunto, criando projetos integrados, bem maiores que os de costume. 

Isso se torna um problema quando esbarra na falta de aptidão dos docentes de trabalharem em conjunto, já que estão habituados a cuidarem sozinhos de suas disciplinas.

A mudança na ordem do trabalho nem sempre é bem vista por todos.

Estrutura ineficiente para o ensino do BIM nas universidades

A falta de infraestrutura dos centros universitários, que não estão preparados, adequadamente, para tirarem o máximo do BIM, também emperra a expansão do seu uso nos cursos.

Essa falta de estrutura vai da inadequação dos ambientes de trabalho, com equipamentos obsoletos, como da falta de currículo que utilize o BIM de forma correta.

Pedagogicamente, os cursos estão crus, sem profundidade de uso. Muitos, sub utilizam o BIM como mero recurso, não explorando seu potencial inovador e facilitador.

Muitos departamentos não atuam em conjunto, o que aumenta o abismo do ensino aqui, e lá fora.

O mercado influenciando o acadêmico

O uso da modelagem BIM vem crescendo consideravelmente, nos últimos anos, e esse crescimento está remodelando os currículos das universidades.

Com a exigência de uso da ferramenta, os centros acadêmicos se viram diante do desafio de se adequarem ao BIM, fazendo alterações em seus planos pedagógicos.

O BIM está deixando de ser encarado como um “pacote de softwares”, para ser visto como ferramenta que deve ser usada em todas as etapas do projeto.

Inicialmente, o uso de BIM era relegado apenas ao estágio, ao final do curso. Entretanto, dado seu crescimento e popularidade, já existem iniciativas para que seja incluso desde o primeiro período de estudos. 

Muitos ainda o tratam como componente curricular e não como matéria efetiva. Mas, o mercado está exigindo mais conhecimento e habilidade dos egressos dos bancos acadêmicos. 

A princípio, a maneira que as instituições encontraram para contornar essa defasagem são os cursos de especialização, que garantem o conhecimento requisitado pelo mercado, mas, sem necessariamente precisar de uma reformulação curricular muito extensa.

Dessa forma, as instituições ganham tempo para adequar suas grades curriculares, e capacitar professores e instrutores.

Em breve, o BIM será disciplina obrigatória nas ementas acadêmicas, ampliando sua utilização e se consolidando como ferramenta inestimável para a construção civil.

Seguindo a atual escalada, em poucos anos, e com algum investimento em remodelação curricular, o Brasil pode se igualar a países que já utilizam o BIM em sua totalidade.Antecipe-se e conheça melhor as funcionalidades que a Maleta do Engenheiro tem para você. Cadastre-se gratuitamente para conferir nosso ambiente virtual ou agende uma visita guiada sem custo para ver todos os nossos serviços.