Orçamento de obras usando o BIM

O Orçamento de obras usando o BIM vem ganhando força dentro das construtoras. Além de ser mais prático, ele evita uma série de problemas que podem atrapalhar o andamento da construção e tornar-se um verdadeiro transtorno para os coordenadores de projeto.

No Brasil, infelizmente, muito do processo de orçamento ainda segue a mesma linha do restante da obra. Um sistema pouco prático, artesanal, que deixa abertas possibilidades de equívocos, dentre eles:

  • Não adequar os métodos usados na construção
  • Negligenciar a estimativa de custo indireto
  • Não atualizar a precificação
  • Esquecer os impostos
  • Esquecer valores de frete e descarga
  • Não realizar visitas de campo
  • Desconsiderar as leis trabalhistas por região
  • Não fazer curva ABC

Seguindo uma linha quase empírica, os projetistas precisam estimar gastos baseados em projetos passados. Os imprevistos e aumento de gastos são recorrentes nesse sistema.

Orçamento de obras usando o BIM

Adequar-se a metodologia BIM só traz benefícios ao projeto. Desde sua concepção, passando pela construção e pós construção, todas as etapas ficam mais simples quando monitoradas usando a metodologia. 

Com o orçamento de obras usando o BIM, não seria diferente.

Orçar adequadamente garante um melhor aproveitamento dos recursos e insumos do projeto, tanto de material como de mão-de-obra. Desde o início, quando a modelagem BIM é utilizada ainda nas primeiras ideias do projeto, inicia-se uma cadeia de informações combinadas, que garantem o andamento de acordo com as especificações desejadas.

O orçamento passa por três fases, e a metodologia BIM deve estar presente em todas elas.

Estimativa de custo

O orçamento inicia com a estimativa de custo, onde o gestor toma decisões do projeto de acordo com a viabilidade econômica e recursos financeiros disponíveis. Nesta etapa, ainda não existem todas as informações necessárias.

Orçamento preliminar

Com o desenvolvimento do projeto, porém, ainda em suas fases iniciais, torna-se possível um nível maior de detalhamento permitindo a elaboração de um orçamento preliminar.

Orçamento analítico

Com a maturidade do projeto, as informações estão mais claras, sendo mais simples ter uma visão do que será necessário, estimando valores mais precisos.

Informações mais precisas reduzem erros

A modelagem BIM eleva o nível de precisão das informações, já que elas precisam sempre estar adequadas e atualizadas no sistema. Isso estimula a excelência e empenho dos envolvidos, que, após alguns dias já fazem essas atualizações de maneira natural e corriqueira.

A qualidade da obra cresce exponencialmente, diminuindo riscos de acidentes e desperdícios de recursos.

Orçamento como forma de gestão

É um engano comum pensar que o orçamento é uma parte inicial do projeto e será deixada de lado após o início da construção.

O orçamento é uma ferramenta poderosa de gestão, já que ela dimensiona os gastos e mantém o cronograma em dia.

O gestor utiliza o orçamento para manter tudo sob controle, direcionando os recursos de acordo com as necessidades e fazendo os ajustes necessários.

Utilizando o BIM, essa tarefa fica bem mais fácil, já que toda a documentação está sempre atualizada e disponível, graças ao serviço em nuvem. Uma visão mais clara dos gastos ajuda na tomada de decisões. As decisões saem do empírico para o factual.

As vantagens e os desafios de utilizar o BIM no orçamento

Incorporar o BIM no planejamento e orçamento traz diversas vantagens, mas é também um grande desafio.

Entre as vantagens, evita que o trabalho precise ser refeito constantemente, já que as informações são mais precisas. Isso será um desafio para o Coordenador de projeto, visto  que o controle de informações é primordial para que a equipe saiba de antemão quais as diretrizes de modelagem e sistemas construtivos serão adotadas na Obra.

Também ajuda a ter informações mais claras sobre o todo, independente do tamanho do projeto. Uma casa ou um estádio terão o mesmo nível de controle de produção.

Além disso, as Informações ficam disponíveis a todos, que podem ajudar a pensar e adequar as necessidades reais do projeto. Por isso, uma Ambiente Comum de Dados é tão importante.

Controle dos gastos em tempo real, com visualização compartilhada das entradas e saídas de recursos, de mão-de-obra e materiais. Esse controle exige um processo bem delimitado, geralmente integrado a um ERP (Enterprise Resource Planning).

Mesmo se uma reorganização de orçamento for necessária, utilizando o BIM tudo fica mais simples. Partindo da premissa que todas as informações estão atualizadas, o próprio sistema consegue, em pouco tempo, refazer cálculos e reorientar os gastos de maneira eficiente, não deixando nenhuma das áreas do projeto desamparada.

E essa reorientação de recursos vai dos materiais utilizados, à mão de obra e maquinários requeridos. Tudo especificado nas planilhas de acompanhamento, com margem de erro mínima.

Desafios

Poucas empresas já conseguem alcançar esse nível de uso do BIM, e mesmo aquelas com um bom nível de maturidade na metodologia demoram a atingir esse objetivo. Esse processo envolve outras áreas da empresa, como a equipe de orçamentação e custo. Alguns outros desafios para se obter o BIM no orçamento são:

  • Critérios de modelagem bem definidos, através de um BEP (Plano de Execução BIM ou BIM Execution Plan);
  • Bibliotecas de componentes adequados a classificação das informações para Orçamentação;
  • Integração de Sistemas de Orçamento (ERP) e os sistema de modelagem, analise e verificação dos modelos

O BIM é uma necessidade

A tecnologia BIM é uma realidade que chegou para ajudar a elevar o nível da construção civil no país, equiparando outros países, e tornando as etapas do projeto mais objetivas e assertivas.

Utilizá-la desde as primeiras etapas do projeto garante um controle maior dos gastos, e uma gestão mais fluida e eficaz.

O BIM é uma necessidade que já se tornou urgente. Adequar seus projetos a ela garante presteza e agilidade incomparáveis.

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Romeu Neiva | Engenheiro Civil e Fundador do Maleta do Engenheiro
  1. Critérios de modelagem bem definidos, através de um BEP (Plano de Execução BIM ou BIM Execution Plan);
  2. Bibliotecas de componentes adequados a classificação das informações para Orçamentação;
  3. Integração de Sistemas de Orçamento (ERP) e os sistema de modelagem, analise e verificação dos modelos

1 Comentário

  1. Sou a Antonia Brito, gostei muito do seu artigo tem muito
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